terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Apresentar e Cumprimentar II- Situações Informais

Pode parecer um pouco estranho que a etiqueta se intrometa em situações informais, mas é preciso lembrar que a etiqueta é uma norma de convívio que nos nossos dias já não tem muito a ver com as classes altas ou situações de alto protocolo.
A primeira regra em qualquer situação informal é nunca ser-se formal. Manter demasiada formalidade quando se é apresentado ou se cumprimenta entre amigos ou em situações informais dá uma imagem distante e snob. Essa não é por certo a impressão que quererá causar.
Em apresentações informais evitam-se os apelidos e nunca são mencionados os cargos ou graus das pessoas. No caso, frequente nestas situações, de ser apresentado a várias pessoas ao mesmo tempo diga sempre o seu nome quando cumprimenta cada uma dessas pessoas. Na impossibilidade de cumprimentar todas as pessoas assegure-se que o seu nome foi dito de maneira compreensível a todos.
No que toca a cumprimentos, as situações formais não conhecem regras. No entanto, deixamos algumas das nossas ideias sobre o assunto. Se, por exemplo, chegar a um jantar em casa de amigos onde já estejam mais pessoas opte pela solução fácil de acenar para o alto e assim cumprimentar toda a gente de uma só vez. Se houver alguém que quer mesmo cumprimentar pessoalmente terá que o fazer com todas as pessoas presentes. Embora não seja de todo repreensível cumprimentar uma senhora com um aperto de mão numa situação informal parece-me pouco delicado. Sempre que ficar na incerteza se deve dar um ou dois beijinhos opte pela solução tradicional: dois! Mesmo em situações informais uma senhora não deve nunca levantar-se para cumprimentar um homem. Os homens, ao contrário, devem sempre levantar-se para cumprimentar um senhora.
Em qualquer situação, mas sobretudo nas informais, sorria e mostre-se alegre quando for apresentado ou estiver a cumprimentar alguém. Lembre-se que as pessoas gostam de pessoas divertidas!


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Apresentar e Cumprimentar I- Situações Formais

Saber apresentar e saber cumprimentar são factores muito importantes na vida profissional e social de cada um de nós. Normalmente, andam sempre de mãos dadas e falar de um é quase impossível sem falar do outro. E se apresentar e cumprimentar não têm hoje a formalidade de ontem restam, ainda assim, alguns pontos em que é preciso ter atenção.

Numa situação formal a regra é simples: é sempre a pessoa menos importante que é apresentada à pessoa mais importante. Assim, a situação deve desenrolar-se como no exemplo:


- Sr. Director Tavares quero apresentar-lhe o Sr. Lopes. Sr. Lopes, o Sr. Director Tavares.


A pessoa mais importante é sempre introduzida no final. Se tiver problemas em recordar isto, lembre-se que uma apresentação deve fechar-se com chave de ouro.


No que toca aos cumprimentos eu aconselho, para ocasiões formais, o aperto de mão para qualquer situação, quer entre pessoas de sexo oposto ou do mesmo sexo. De qualquer modo, aguarde sempre que seja a pessoa mais importante a ditar a forma de cumprimento e responda da mesma maneira. Lançar a mão a quem nos estende o rosto dá um ar snob e causa uma situação embaraçosa!


As senhoras, mesmo em ocasiões formais, caso estejam sentadas, não devem nunca levantar-se. Abre-se uma excepção para cardeais, membros do governo ou chefes de estado. Para não causar constrangimentos sempre que apresentar uma senhora a alguém procure que esta esteja levantada.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O nome

O nome é a nossa porta de entrada na sociedade. Normalmente, a primeira informação que alguém tem de nós é o nosso nome. A questão pode parecer simples: usamos o nosso primeiro nome e o último apelido e isso faz o nome que usamos em sociedade. Só que há um ou dois pontos que é preciso ter em atenção.
Nem toda a gente usa o primeiro nome (caso das muitas Marias com segundo nome próprio), nem toda a gente usa o último apelido- pode preferir o apelido da mãe ao do pai, querer usar o apelido duma avó que o criou ou celebrar um antepassado perdido para trás. Também há o caso, cada vez mais comum em Portugal, de não se usar um, mas dois (por vezes mesmo três!) apelidos.
Seja qual for a sua situação escolha o seu nome e mantenha-se fiel a ele. Mudar de nome na sociedade de hoje pode trazer alguns transtornos sociais quer em ternos de trabalho quer em termos de relações com pessoas conhecidas. Assim, tenha sempre um mesmo nome, seja ele qual for e constituído de quanto elementos entender. Ao apresentar-se diga-o sempre com clareza de modo a que seja bem compreendido, sobretudo se tiver um nome difícil ou pouco comum. No mundo em que vivemos não é do interesse de ninguém que o nosso nome seja esquecido.

DICA- No caso das pessoas casadas que adoptaram o nome do cônjuge opte pela solução anglo-saxónica que mantém o nome de solteiro pondo à frente o nome de casado e usando os dois juntos.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A roupa

Depois do nosso corpo a roupa é outro aspecto importante da nossa imagem. Dedique-lhe sempre tempo, cuidado e atenção. Nos dias que correm os estilos são cada vez mais difíceis de definir. A moda alargou-se tanto que podemos aceder às mais variadas opções. Em qualquer uma delas tenha em conta:

- O corte- um bom corte é essencial. Se não o tiver de início pode sempre mandar a peça ou peças que comprou para um alfaiate ou modista. Se tiver uma mãe, tia ou avó que saibam costurar não hesite em pedir a sua ajuda. Ou mesmo começar a aprender e ajustar as suas próprias peças.

- O estado- a nossa roupa deve estar sempre em bom estado. Claro que há looks, sobretudo entre os mais jovens, que optam por alguma degradação na roupa sejam as calças rasgadas ou uns ténis de pano mais sujos. São opções que, para um look mais casual, podem resultar como divertidas. Mas defina sempre uma linha entre o rasgado ou sujo que se usa ou o rasgado ou sujo que estão prontos a ir para o lixo.

- A proporção- a nossa roupa deve servir-nos. Mais uma vez nesta área os mais jovens optam muitas vezes por calças e camisas ou t-shirts bastante largas. Esta é uma opção que funciona apenas num registo muito jovem ou então acaba por transmitir um ar desmazelado. Saiba o seu número sempre! Seja do soutien (que é importantíssimo para as senhoras), das camisas, das calças, dos sapatos, etc. E num dia quente de Verão talvez vestir aquela camisa às riscas um pouco mais larga com as mangas arregaçadas e dar um ar de Riviera francesa.

-A higiene- a roupa tem que estar sempre limpa. Como vimos atrás no estado da roupa por vezes os mais novos são um pouco avessos a mandar os ténis de pano para a máquina de lavar. Mais uma vez aqui saiba distinguir entre um sujo que pode ser aceitável e um sujo que simplesmente tem que ser limpo. A roupa deve também cheirar sempre bem. Procure um detergente com um perfume simpático, mas neutro. Aromas muito fortes acabam por rivalizar com o cheiro do seu perfume. (DICA- Procure usar perfumes neutros em tudo menos no seu perfume pessoal. Os perfumes dos detergentes, géis de duche, champôs e desodorizantes devem ser sempre frescos e transmitir uma sensação de lavado, mas nunca demasiado fortes. É o seu perfume pessoal que deve brilhar!).

Em relação à roupa tenha ainda outros aspectos em conta:

- Não compre só porque ficou bonito no manequim. Experimente sempre- o objectivo é que fique bem em si;

- Compre peças que possa coordenar com outras do seu armário. Faça-o de maneira a obter o maior número de combinações possíveis. Para isto tenha em consideração texturas, tecidos e cores. E uma vez por outra, porque não, cometer uma extravagância e comprar aquela peça só porque sim;

-Compre roupa ao seu gosto! Isto é talvez o mais importante de tudo. Sinta-se bem naquilo que usa. Se isso não acontecer nunca conseguirá transmitir uma boa imagem.

Não tenha nunca vergonha do sítio onde compra! Cada um compra o que pode onde pode. É melhor comprar uma peça mais barata do que endividar-se para comprar uma mais cara. O leque de opções é imenso indo das habituais Zaras e Pull&Bear’s nos Centros Comerciais (para valores mais em conta) até às lojas da Avenida da Liberdade e do Chiado (para valores mais altos). Vista o que é seu com gosto e demonstre-o. Vai ver como os resultados são fantásticos!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O corpo

A etiqueta começa em nós. Não nós como grupo, mas nós como pessoas- em cada um de nós. Há que ter uma ideia definida de nós mesmos. No mundo de hoje a imagem ganha cada vez mais importância. Não uma imagem supérflua apenas para ostentação, mas sim a imagem daquilo que realmente somos e queremos transmitir aos outros. Nesta imagem nenhum aspecto deve ou pode ser descurado. Comecemos então pelo princípio.

A maneira como nos apresentamos fisicamente em sociedade revela muito de nós. Permita que a sua aparência seja um espelho da sua personalidade. Mas não um espelho demasiado nítido- guardar algo para descobrir mais tarde mantém as pessoas interessadas. Se este blogue não pretende ser um blogue de acompanhamento pessoal e coaching não é por isso que não pode dar umas dicas. Assim, tenha um aspecto cuidado. O primeiro sítio onde começar é o seu corpo.

Primeira regra: esteja sempre limpo! Pode estar vestido com a roupa mais fantástica do mundo que se cheirar mal a impressão causada nunca será boa. Seja cuidadoso com a escolha dos produtos da sua higiene pessoal. Não tenha vergonha nenhuma de abrir os champôs ou géis de duche para sentir o seu aroma. Afinal, esse mesmo aroma fará parte do seu cheiro por algum tempo. Aconselhamos a que opte por fragrâncias frescas e não muito fortes, mas a decisão é sua. Aconselhamos vivamente a que opte sempre por formatos maiores em produtos de banho. Os formatos maiores acabam por ficar verdadeiramente mais em conta porque têm uma grande durabilidade se usados da maneira correcta. Não poupe, mas também não use nada além do necessário na sua higiene. No caso do gel de duche comprar uma flor de duche ajuda imenso a poupar. Não utilize nunca além do tamanho duma noz por cada banho- é a medida certa! O mesmo deve fazer com o champô e o amaciador. Os champôs e amaciadores de cabeleireiro hoje à venda no mercado saltam-nos como a melhor opção. Apesar de mais caros são muito maiores e assim mais rentáveis. Um champô e um amaciador de cabeleireiro rondam, os dois juntos, os €15, €16, mas serão suficientes para uma família de 4 para cerca de 2 a 3 meses.

Para a sua pele deve também ter, idealmente, quatro tipos de creme- esfoliante facial e corporal e hidratante facial e corporal. Na impossibilidade destas opções opte por um esfoliante corporal e um hidratante facial. Mais uma vez neste campo as opções são imensas e deve sempre tender a optar pelos tamanhos maiores. Lojas como a Rituals oferecem algumas soluções um pouco mais sofisticadas, mas não tão baratas. Por outro lado, nas prateleiras das grandes superfícies pode encontrar estes produtos a preços mais acessíveis e de marcas conhecidas (Nívea, Dove, etc.). Se tiver problemas sérios de pele ou pele mais sensível (muito seca ou muito oleosa, por exemplo) consulte o seu dermatologista sempre!
Ainda no que toca o seu aspecto físico não descure a higiene das unhas, tanto das mãos como dos pés, que devem estar sempre limpas e cortadas. A higiene oral é outro campo importantíssimo. Opte por uma boa escova de dentes e mude-a de três em três meses e escolha também um bom dentífrico. Mais uma vez nas grandes superfícies pode encontrar opções variadas e a preços acessíveis. Lembre-se: a boca é o nosso principal veículo de comunicação!
Por fim, o corte de cabelo. Os cabelos podem ser compridos, curtos, encaracolados, azuis, amarelos, o que quiser. Tenha sempre em conta que devem ter sempre forma. Mesmo o cabelo comprido deve ser regularmente aparado para ganhar forma. Mantenha-o limpo, penteado e com um ar saudável. Vai ver que um cabelo bonito pode ser um fantástico cartão de visita!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Começar

Etiqueta. A palavra assusta. Falar em etiqueta é trazer imagens do salão dos espelhos ao tempo de Luís XIV ou de complicados jantares de trutas cobertas com pepino como nos mostrou Sofia Copolla no seu “Marie Antoinette”. Um batalhão de pratos, copos, talheres, toalhas e guardanapos de pano servidos em conjunto com mãos estendidas, prioridades definidas e muitas vénias. Se um dia isto foi a etiqueta, hoje vai ver que já não é.

A etiqueta existe para nos servir e não, como tantos pensam, para nos escravizar. Não é um sinal de elitismo, de superioridade ou mesmo de superficialidade. É um saber que serve para nos facilitar a vida e torná-la muito mais agradável. E como qualquer saber também a etiqueta cresce, evolui e adapta-se. Se algumas coisas se mantêm iguais há cem anos atrás outras foram obrigadas pelo tempo a mudar e a tornarem-se mais capazes para o ritmo de vida que hoje levamos. Consegue imaginar uma mãe de dois filhos que trabalha num escritório e que depois de um dia de trabalho, de ir buscar os miúdos ao infantário, dar-lhes banho, dar-lhes de comer e deitá-los ainda tem vontade, bem mais que tempo, de ir limpar as pratas e escolher as flores para o jantar que vai dar no dia seguinte?

Etiqueta Burguesa é um olhar da etiqueta para os dias de hoje e para as pessoas de hoje. Aqui não esquecemos os empregos, os horários, as viagens de transporte, os infantários dos filhos, a roupa para passar… Aqui mostramos-lhe que mesmo com tudo isto pode encontrar soluções novas para adaptar a velha etiqueta aos novos dias e que sem um batalhão de empregados ou muito esforço e tempo a sua vida pode conhecer a elegância de outros tempos.